Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
No outro dia escrevi sobre a minha preferência de despir e ser despida. Hoje vou falar sobre o domir agarrada e o dar e receber mimos e como nos vamos adaptando às situações, sendo que esta adaptação é muito boa (neste caso).
Confesso que nunca gostei muito de dormir agarrada, sentia-me asfixiada, com falta de ar ... eu preciso de espaço, isso é indiscutível.
Mas um dia isso mudou, comecei a partilhar a tua cama e era inevitável dormir agarrada. A cama era pequena, nem sequer era de corpo e meio, era a cama de grades de toda a tua adolescência.
Resultado, aprendi a dormir agarrada a ti e não é que foi bom!!! Certo que o espaço era curto (muito curto mesmo), o quarto era frio (era um sotão) mas era a tua cara, e de manhã entravam os raios de sol pela janela ... eu preciso de dormir com luz exterior e acordar com luz e tu que até gostavas de dormir com tudo fechado começaste a achar que até era bom acordar com o sol.
Depois mudamos para a tua casa (que foi nossa durante uns tempos) e a cama era gigantesca ... dois metros por outros tantos (acho eu). A verdade é que mesmo com tanto espaço que havia na cama eu continuava a dormir agarrada a ti e vice-versa.
Obrigada por me teres ensinado a dormir agarrada!!
Agora a questão do dar e receber já é outra estória. Eu sempre fui mais de dar do que de receber. Não que não goste de receber mas porque as coisas eram assim.
Era raro o dia que não fazias aquela cara linda a pedir-me miminhos, a pedir-me festinhas nas costas (mesmo sabendo onde é que essas festinhas nas costas nos levariam porque eu não resisto a umas boas costas). À noite eu dava-te colinho e tu adormecias.
Às vezes eu lá te pedia miminhos e festinhas nas costas e tu nunca recusaste, eram uns dois ou três minutos que te empenhavas e logo a seguir dizias "agora eu" ... eu ria e lá te mimava mais um bocado.
Hoje, com outra pessoa na minha vida aprendi a receber. Aliás, aprendi como é bom esta reciprocidade do dar e receber. É tão bom quando estás a fazer festinhas nas minhas costas e eu consigo fazer chegar a minha mão à tua perna e fazer-te festinhas também. E sim, eu compreendo como é dificil resistir a umas costas :-)
Eu que sempre achei que todas as pessoas eram egoístas no que toca ao amor (e aqui também estou a incluir o sexo), encontrei alguém que não é egoísta. É o que eu digo ... acho que no fundo sou uma sortuda!!
Obrigada por teres entrado de rompante na minha vida, teres virado tudo do avesso e já me teres dado tanto coisa! Eu sei que comigo também já aprendeste algumas coisas, principalmente a razão de ser dos botões dos elevadores mas eu estou em vantagem :-)
Eu que sempre fui uma pessoa de relações baseadas na presença, no toque, hoje tenho que me orientar com uma relação à distância. É a tal coisa da adaptação. A verdade é que não há dia que passe que não te mime e não há dia que passe que não seja mimada por ti. Sim, gostaríamos que a situação fosse outra mas nem sempre conseguimos tudo o que gostaríamos e o truque está em tentar aproveitar e tornar bom o que conseguimos ter e acho que isso nós conseguimos.
Adaptei-me e aprendi a dormir agarrada ... e isso foi bom.
Adaptei-me e aprendi a receber ... e isso foi muito bom.
Adaptei-me a amar-te à distância ... e isso não é bom mas é o melhor possível.
Tenham um bom domingo!
Beijos aos molhos,
Eu + Ele
p.s.D. Esta posta de atum sobre rodas é sobre duas relações diferentes. Uma que teve inicio, meio e fim e que culminou numa amizade depois de muita confusão. Outra que teve principio, caminha para o meio e não tem fim à vista e que mesmo que tudo acabe a amizade nunca cessará.
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